segunda-feira, abril 26

Mudando

Novo layout para atrair coisas novas.


Não me pergunte que coisas são essas, ok?
Boa semana.

sábado, abril 24

"As coisas como são" - III

Tem dias que todas as casas nas quais você bate estão vazias, e as pessoas na rua apontam sempre pra mesma placa.

Acontece que você já sabe de cor o que está escrito na tal placa, e as casas estão desocupadas há alguns anos. Então você se pergunta de quem é a culpa, mas não sabe se o problema é bater sempre nas mesmas portas ou se recusar a entender o que dizem as placas.

De qualquer forma, no fim das contas, só existe um culpado.

terça-feira, abril 20

Trago e troco

Que eu já bebi o suficiente, eu sei. Você não precisa me dizer, não. E também não me olha assim; você bem sabe que isso não vai me fazer sair andando e tomar o rumo de casa... até posso, mas vou é tomar o rum que tenho em casa. Já é tarde e os bares estão fechando. O garçom deve me odiar, agora.

Mas então, como eu ia dizendo, até me perder em fatos futuros, você não precisa ficar controlando a minha vida. Está entendido? Eu sei que já bebi bastante, mas estou totalmente sóbrio, não está vendo? Eu estou sim. Eu estou sim... Sei que estou. E é por estar que eu digo isso: não quero mais você bisbilhotando minha vida assim. Não me interessa se é pro meu bem. Você já tirou o que eu tinha de bom; me tirou o lugar na cadeira ao seu lado nesse mesmo bar e deu pra esse marmanjo esquisito aí. É com ele que você vai brigar agora, não comigo; ele é o seu bêbado-problema porque é você quem vai ter de levá-lo pra casa depois de uma noitada. Eu posso até cair por trocar as pernas, mas o meu corpo são os mendigos da praça que vão carregar, isso se tiverem pena; se não, alguém vai me largar do lado de fora do bar e pronto, fico por aqui mesmo: me poupam o trabalho de andar até aqui de novo, amanhã. Eu não sou mais o seu problema.

O garçom me odeia agora. Mas só agora, porque eu já não tenho mais dinheiro pra pagar-lhe a gorjeta. Amanhã eu volto e ele vai me adorar novamente. Amanhã eu trago mais dinheiro e ele me traz mais trago. E se quiser, pode beber comigo o rum que tem na minha estante. Beber sozinho é triste, e eu não estou triste. Triste deve estar esse marmanjo aí, que vai ter que te aguentar falando o tempo todo e ainda suportar a dor de cabeça da ressaca. Há! Ele, sim, deve estar triste agora.

O bar vai fechar e eles querem que eu saia... Hoje eu que pago o trago e o marmanjo pega o troco. E está tudo bem; pego meu rumo e tomo meu rum. Ele, coitado, vai contigo. Eu não queria ser ele amanhã.

segunda-feira, abril 19

Escorregadias - Postagem Temática

As palavras que eu te disse, por favor, esqueça. Eu não pretendia falar aquilo, mas na hora eu não pensei nas consequências. Eu sei, foi meu o erro de novo... mas eu estou tentando repará-lo agora. Me escuta.

Não é que eu não quisesse falar; não, eu não queria, não naquele momento... mas só porque eu não queria não significa que foi mentira. Mas é que tu me olhaste com aquela luz nos olhos, sabes? Aquela que ilumina o meu dia inteiro, que eu sempre procuro no fim do meu túnel. E essa luz me encheu de coragem e eu não pude conter... as palavras simplesmente escorregaram da minha boca. E eu disse que te amava também.

Mas então, me desculpa. Não me julga, por favor. Eu só não estava certa de que era hora de te dizer aquilo; e eu tive medo, como sempre. Eu sempre tenho. Mas eu sei que tu não tens e vais me ensinar a não ter também. Um dia, eu digo aquilo de novo e tu vais poder ver a luz dos teus olhos refletida nos meus, no lugar da sombra que vaga aqui por dentro.

Eu juro: um dia eu ainda repito que te amo.
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Essa postagem é um oferecimento do Blogsintonizados e faz parte do projeto Postagem Temática, idealizado pela Rafael Glória.
O tema desta edição foi: PALAVRAS
Sugestão para a próxima edição: Frio

terça-feira, abril 13

"As coisas como são" - II (na minha opinião)

Sabe o que mais me incomoda? Quem se faz de coitadinho e ainda acha que tem razão.

Isso é o cúmulo da cegueira moral.
¬¬'

sábado, abril 10

"As coisas como são" - I

Prometo minha postagem sobre o tema Palavras em breve; é que a coisa está meio corrida nesse fim de semana, e eu não posso deixar de ir ao jogo do Inter. xD

Esse post é só para expressar minhas conclusões sobre o churrasco de ontem, com os amigos do trabalho: é cada coisa que vou te dizer... entre cervejas, caipiras, misturas, tapas, xingamentos, risadas e "chamamentos de Hugo" (se é que você entende o que quis dizer) você conhece o lado desconhecido dos seus colegas de serviço, e, sinceramente, NÃO PODE deixar de folgar em todos eles depois.

Como já disse a minha inocente colega (de trabalho, área e nome) Gabriela, foi tenso.

Sem mais comentários.

sábado, abril 3

O filho da puta

Quanto valeu todo esse tempo que me prendeste a ti sem nunca confessar? Migalhas, centavos (nem isso). Me valeu uma eterna dúvida, sem saber se eu fora enganado ou se mentia pra mim mesmo... no final eu sabia que alguma coisa estava errada entre nós dois. E que agora são três.

O pequeno nasceu eu eu não tive coragem de segurá-lo no meu colo; ainda. Não parecia meu. Não parecia comigo. Parecia com o joelho daquele cara que jogava futebol todos os sábados de manhã com a galera do escritório, o que tu gostavas tanto , lembra? Aquele que tem os olhos claros que nem os da criança e que era sempre muito apressado; e desonesto. Sabia que ele teve um caso com a mulher do Toni? É, teve sim. Depois daquilo ele nunca mais jogou com a gente, mas sempre nos víamos nos corredores e nos jantares da empresa. Te lembra que tu adoravas a companhia dele? É, eu sei que tu gostavas, sim. Ria tanto com aquelas piadas sem graça que ele sempre contava que parecia uma menina descobrindo-se mulher. Eu vi o jeito que tu olhaste pra ele. Pensava que não? Eu vi sim.

O guri é forte, nasceu pesado. Mas é loiro e tem olhos claros. Os mesmos olhos claros que te olhavam naquela noite do jantar de aniversário da esposa do meu chefe, que te seguiam pelo salão, que te engoliam, por vezes na minha cara. Na minha frente. Aquele cretino nem disfarçava. E eu sei que tu sumiste por mais ou menos meia hora, e voltaste ao mesmo tempo que ele apareceu ajeitando a gravata. Aquele filho da puta. Eu não vi, mas eu sei. E tu nunca me disseste se era verdade ou mentira; nunca te deste o trabalho de argumentar contra. Tu merece o mesmo xingamento que ele; mas eu respeito a minha sogra.

E agora somos três. Se fôssemos quatro, teríamos um problema. Aquele desgraçado não quis nem ficar pra saber se o filho era dele mesmo; eu não vou fazer teste nenhum. Eu vou criá-lo, e vou ser o pai porque pai é quem cria. E tu, mulher infiel, vais me assistir ser o melhor pai do mundo e vais te arrepender a cada dia por ter caído na lábia daquele maldito.

O meu filho é forte e tem olhos claros. A minha mãe disse que achava que minha bisavó tinha olhos claros. Então ele é meu filho. Eu descubro alguém de cabelos dourados na família, que é pra não ter mais dúvida. E se de corpo não parecer comigo, a personalidade vai ser igualzinha; e eu vou ensiná-lo a perdoar, porque se não ele não vai aceitar a mãe que tem.

Eu não vi, mas eu sei. E tu nunca disseste que não.